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domingo, 26 de julho de 2009

...

O primeiro amor passou.
O segundo amor passou.
O terceiro amor passou.
Mas o coração continua.

(Carlos Drummond de Andrade)

tsc...

"... essa é mais uma daquelas cidades fudidas, com pessoas fudidas, hábitos fudidos. Mas me questiono, será apenas aqui?"

quinta-feira, 23 de julho de 2009

...

É o que acontece conosco? Uma vida de conflitos sem tempo para amigos, então, quando chegamos ao fim, apenas nossos inimigos deixam rosas. Vidas violentas terminadas violentamente. Nunca morremos dormindo. Não é permitido. Algo na nossa personalidade, talvez? Algum impulso animal fazendo de nós o que somos? Não é importante. Fazemos o que deve ser feito. Outros enterram suas cabeças entre as tetas inchadas da indulgência e da gratificação, leitões procurando abrigo debaixo de uma porca, mas não há abrigo e o futuro se avista como um trem expresso. Blake entendia, tratava tudo como uma piada, mas entendia. Ele viu a verdadeira face do século XX e escolheu se tornar um reflexo, uma paródia desses tempos. Ninguém mais viu a piada. Por isso sua solidão. Ouvi uma piada uma vez: Homem vai ao médico. Diz que está deprimido. Diz que a vida parece dura e cruel. Conta que se sente só num mundo ameaçador onde o que se anuncia é vago e incerto. Médico diz: “Tratamento é simples. O grande palhaço Pagliacci está na cidade. Assista ao espetáculo. Isso deve animá-lo.” O homem se desfaz em lágrimas e diz: “Mas doutor... eu sou Pagliacci.” Boa piada. Todo mundo ri. Rufam os tambores. As cortinas descem.

(Watchmen – Alan Moore)


Lembrar? Oh, eu não faria isso! Lembrar é perigoso... Eu vejo o passado como um lugar cheio de ansiedade. O “pretérito imperfeito” como você chamaria. As lembranças são traiçoeiras! Num instante você está perdido num carnaval de prazeres, com o aroma da infância, os neons da puberdade... No outro, elas te levam a lugares que você não quer ir, onde a escuridão e o frio trazem à tona coisas que você gostaria de esquecer! As lembranças podem ser vis, repulsivas, brutais... Como crianças. Mas podemos viver sem elas? A razão se sustenta nelas. Não encarar as lembranças é o mesmo que negar a razão. Mas e daí? Quem nos obriga a ser racionais? Não há cláusula de sanidade! Assim, quando você estiver dentro de um desagradável trem de recordações, seguindo pra lugares do seu passado onde o risco é insuportável... Lembre-se da loucura. Loucura é a saída de emergência! Você só precisa dar um passo pra trás e fechar a porta com todas aquelas coisas horríveis que aconteceram, presas lá dentro... Para sempre.

(A Piada Mortal - Alan Moore)

segunda-feira, 20 de julho de 2009

y volar como mariposa.



Por qué tanto perderse
tanto buscarse, sin encontrarse.
Me encierran los muros de todas partes.


....

Hace un calor que me deja
fría por dentro
con este vicio de vivir mintiendo
que bonito sería tu mar
si supiera yo nadar.



...

Porque es tan fuerte
que sólo podré vivirte
en la distancia y escribirte
una canción.
Te quiero!

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Parte II




Também tenho uma noite em mim tão escura


que nela me confundo e paro


e em adágio cantabile pronuncio


as palavras da nênia ao meu defunto,


perdido nele, o ar sombrio.


(Me reconheço nele e me apavoro)


Me reconheço nele,


não os olhos cerrados, a boca falando cheia,


as mãos cruzadas em definitivo estado, se enxergando,


mas um calor de cegueira que se exala dele


e pronto: ele sou eu,


peixe boi devolvido à praia, morto,


exposto à vigilância dos passantes.


Ali me enxergo, à força no caixão do mundo


sem arabescos e sem flores.


Tenho muito medo.


Mas acordo e a máquina me engole.


E sou apenas um homem caminhando


e não encontro em minha vestimenta


bolsos para esconder as mãos, armas, que, mesmo frágeis,


me ameaçam.


Como não ter medo?


Uma noite escura sai de mim e vem descer aqui


sobre esta noite maior e sem fantasmas.


como não morrer de medo se esta noite é fera


e dentro dela eu também sou fera e me confundo nela e


ainda insisto?


Não é viável.


Nem eu mesmo sou viável, e como não? Não sou.


O que é viável não existe, passou há muito tempo


e eram manhãs e tardes e manhãs com sol e chuva


e eu menino.


eram manhãs e tardes e manhãs sem pernas


que escorriam em tardes e manhãs sem pernas


e eu sentado num tanque absurdamente posto no meio da rua,


menino sentado sem a preocupação da ida.



E era todo dia.


Havia sol


e eu o sabia


sol: era de dia



Havia uma alegria


do tamanho do mundo


e era dia no mundo.



Havia uma rua


(debaixo dum dia)


e um tanque.


Mas agora é noite até no sol.
 
#Torquato Neto

Parte I




Impossível envergonhar-me de ser homem.


Tenho rins e eles me dizem que estou vivo.


Obedeço a meus pés


e a ordem é seguir e não olhar à frente.


Minúsculo vivente entre rinocerontes


me reconheço e falho


e insisto.


E insisto porque insistir é minha insígnia.


O meu brasão mostra dois pés escalavrados


e sobram-me algumas forças: sei-me fraco


e choro.


E choro e nem assim me excedo na postura humana:


sofro o corpo inteiro, pendo e não procuro


a arma em minhas mãos.


Sei que caminho. É só.


Joelhos curvam-se, amaziam ao chão que queima


e me penetra e eu decido que não posso


envergonhar-me de ser homem.


A criança antiga é dique barrando o meu escôo


e diz que não, não me envergonhe.


Não me envergonho.


Tenho rins mãos boca orgão genital e


glândulas de secreção interna:


impossível.


No entanto sinto medo


e este é o meu pavor.


Por isso a minha vida, como o meu poema,


não é canto, é pranto


e sobre ela me debruço


observando a corcunda precoce


e os olhos banzos.
 
#Torquato Neto 

Cogito




Eu sou como eu sou


pronome


pessoal intransferível


do homem que iniciei


na medida do impossível



Eu sou como eu sou


agora


sem grandes segredos dantes


sem novos secretos dentes


nesta hora



Eu sou como eu sou


presente


desferrolhado indecente


feito um pedaço de mim



Eu sou como eu sou


vidente


e vivo tranquilamente


todas as horas do fim.




#Torquato Neto

terça-feira, 14 de julho de 2009

domingo, 12 de julho de 2009

Penso tanto, em tantos, em tantas coisas e me esqueço...

O que ia dizer?

quinta-feira, 9 de julho de 2009

hor

As horas passam tão rápidas quando se acorda cedo.
É como se meu corpo fizesse o que meu cérebro quer,o que eu quero, sem passar pelo meu eu "consciente" desleixado e preguiçoso.
Pra quem tinha insônia, tenho dormido muito cedo e acordado muito também.
Minha perspectiva de existência tem mudado de forma satisfatória e intensa.
Talvez todas as minhas duvidas foram hormônais mesmo e agora é como se me sentisse pronta pra dizer "amadureci e posso aceitar ser responsável por mim".
Diga-se de passagem eu só tenho 17 anos, e já achava muito (risos).
Fico bem por não estar bêbada em uma dessas esquinas e nem ser indecisa, porque hoje em dia não importa mais sua vontade interior, mas as tendências, na verdade eu nem sei quantos se importam mais com a vontade interior do que com essas benditas tendências. Só sei que é bom ser nova, e ter um estagio, um curso e apesar de todas minhas duvidas e questionámentos achar que estou conseguindo por meu pézinho no que posso querer para mim.
Bem espere que eu passe, e que me puxe a orelha quando não estudar, ou seja AGORA!

terça-feira, 7 de julho de 2009

As vezes esqueço que dia é hoje.
Mas de que importa se amanhã será hoje também.

hoje eu tenho cem anos.

Finalmente acordei!
Finalmente cheguei em casa na hora certa, depois de um dia longo, com mais um infinito passo cansado, um banho aliviando o peso, pesando as vistas e o cansaço tão grande que impede de dormir.
tsc... só mais um pouquinho, só o cabelo secar e eu deito, eu juro!

Wonderfalls


Wonderfalls é provavelmente o show mais hilário que você nunca viu. Uma “Dramédia” sobre uma jovem que ouve vozes de objetos inanimados que a instrui a ajudar pessoas desconhecidas. O show foi ao ar em 2004 na Fox, criticamente aclamada e de pobre audiência. Após exibição de quatro episódios em horários horríveis, o show foi rapidamente cancelado, e graças a uma pequena, mas fiel legião de fãs, os 13 episódios produzidos acabaram sendo disponibilizados em DVD.

Você deve estar de perguntando: vale a pena assistir um show que foi cancelado assim tão rapidamente? A resposta é contundente SIM, Wonderfalls é estranho sem soar precioso, sardônico sem soar desagradável e inteligente sem soar pretenciosa. Jaye (Caroline Dhavernas) é uma jovem graduada na Universidade de Brown que optou por não colocar sua educação em prática, ao invés, vive num trailer e trabalha numa loja para turistas em Niagara Falls, para o desgosto de sua afluente e bem sucedida família. Tudo parece ir bem na vida desta “preguiçosa” até que um dia um pequeno leão de plástico fala com ela em epigramas enigmáticos, comandando-a a ajudar pessoas. Desgostosa em demonstrar simpatia para com o resto da humanidade, Jaye cuidadosamente obedece, com a condição de que as vozes parariam. Logo ela se vê, sem querer querendo, como uma humanitária e um herói acidental quando mais objetos inanimados começam a falar com ela e mais pessoas parecem precisar de sua ajuda.

Estará o universo conspirando contra ela? É real ou só sua imaginação? Devemos lutar contra o destino ou nos render ao destino? Qualquer que seja o resultado, uma coisa é certa – Jaye vai descobrir que o mundo em volta dela é um lugar mágico e que esses eventos em sua vida são na verdade parte de algo muito maior.

Cast:

* Jaye Tyler interpretada por Caroline Dhavernas
* Mahandra McGinty interpretada por Tracie Thoms
* Eric Gotts interpretado por Tyron Leitso
* Aaron Tyler interpretado por Lee Pace
* Sharon Tyler interpretada por Katie Finneran
* Darrin Tyler interpretado por William Sadler
* Karen Tyler interpretada por Diana Scarwid
* Alec (aka “Mouthbreather”) interpretado por Neil Grayston (recurring role)
* Heidi Gotts interpretada por Jewel Staite (Recurring role)


Donwload rmvb legenda(português)Wonderfalls:


Wonderfalls 1x01 Lion Wax:
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Wonderfalls 1x02 Karma Chameleon:
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Wonderfalls 1x03 Wound-Up Penguin:
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Wonderfalls 1x04 Pink Flamingos:
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Wonderfalls 1x05 Crime Dog
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Wonderfalls 1x06 Barrel Bear
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Wonderfalls 1x07 Muffin Buffalo
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Wonderfalls 1x08.Lovesick.Ass
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Wonderfralls 1x09 Safety Canary
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Wonderfalls 1x10 Lying Pig
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Wonderfalls 1x11 Cocktail Bunny
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Wonderfalls 1x12 Totem Mole
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Wonderfalls 1x13 Caged Bird (Series Finale)

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Como pode ser tantos em apenas um?

segunda-feira, 6 de julho de 2009

E invento meus ideais.

Não é agir na construção disso, planejar que seremos, que agiremos. O difícil não é "se tornar", até porque já somos a muito e se desejamos mais um pouco é a ansiedade. Creio que diante do crescimento o que "doi" não é isso, mas sim a segurança o pé firme "acabou" que venha mais.
Acho que sempre procuramos nos segurar, nos agarrar a algo, tenho medo de me agarrar, um medo certo que me faz acreditar que é de soltar, só acho que é preciso viver solto.


Preciso polir minhas lentes!
Elas estão sujas, cansadas, manchadas, suadas e não sabe mais por onde olhar, porém não deixam de ver. 
E eu mudo de nome, de rosto, de mundo por constantes vezes.